A RESPOSTA IMEDIATA PARA A EMERGÊNCIA DO SETOR 

 

ÁGUA E GOVERNANÇA: PONTES PARA O FUTURO  

 

A maior generosidade deste último ano hidrológico não nos pode fazer pensar que podemos baixar a guarda, tanto mais que continuamos a registar um desempenho hídrico num conjunto relevante de indicadores centrais que não é de todo compatível com o risco de escassez do nosso território.

 

Um olhar mais atento para o estudo nacional promovido pela Agência Portuguesa do Ambiente relativo à “Avaliação das Disponibilidades Hídricas Atuais e Futuras e Aplicação do Índice de Escassez WEI+”, em particular para o impacto no cenário RCP 8.5, inicialmente definido como o mais gravoso e, hoje, tido como o mais provável, e para onde estamos a convergir muito mais rapidamente do que o admitido, transmite-nos a dimensão dos desafios e mudanças estruturais com que nos confrontamos.

 

E não vale a pena procurarmos moldar cenários futuros de acordo com os nossos desejos mais profundos, apesar das palavras claras do Secretário-geral da ONU, que tem alertado, sucessivamente, para a emergência climática e para a necessidade de uma ação urgente.

 

O clima está em grande mudança. Há cerca de três décadas, os mais conhecedores do setor falavam de um ano de seca no Algarve em cada década. Hoje estamos a assistir a uma situação praticamente inversa.

 

Por isso, e depois do “Grito pela Água!” no ENEG 2023, insistimos na emergência climática e apostamos em evidenciar o conjunto de estratégias de resposta que vários países, incluindo Portugal, têm vindo a adotar. Neste âmbito, e sendo cada vez mais evidente a premência de uma visão inspiradora e mobilizadora para o setor numa década dita como decisiva, estará em discussão a iniciativa pública “Água que Une”.

 

Ao aprofundar as questões da problemática envolvente, através da intervenção de alguns dos principais rostos do setor, o grande debate do ENEG 2025 acontece num momento em que se reconhece a necessidade de ponderar intervenções com a magnitude dos principais marcos do século passado, abrangendo desde infraestruturas ao imperioso reforço da digitalização e ao repensar da governação.

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Moderadora: Ana Filipa Nunes, Jornalista da SIC

 

Oradores:

Alexandra Serra, Vogal do Conselho de Administração da Águas de Portugal

Eduardo Marques, Presidente da Direção da AEPSA

Jesús Maza, Presidente da DAQUAS - Asociación Española del Agua Urbana

José Martins Soares, Presidente do Conselho Diretivo da APDA

José Pimenta Machado, Presidente do Conselho Diretivo da APA

Vera Eiró, Presidente do Conselho de Administração da ERSAR​